19 de abr. de 2009

A ressaca dos mares

Semana passada – feriadão – tive a oportunidade de ir ao Guarujá. Céu azul, sol escaldante e marzão. Tudo de bom.
Eis que no dia 11 de abril, ao irmos para a Enseada apreciar mais um belo dia ensolarado, nos deparamos com a maior farofada: todos os banhistas deitados em plena calçada ou sobre a grama.
Ao olhar mais adiante constatamos que a água tinha chegado ao limite da praia, isto é, toda a parte de areia estava alagada. Ondas grandes, agitadas e intimidantes se manifestavam continuamente.
Dona Chica, proprietária de um dos quiosques-bar, comentou (ainda chocada): “Em 16 anos que estou aqui, nunca vi algo parecido. Este mar tá muito doido”!
O que estava acontecendo? Alguns comentavam que era um tal de ciclone extratropical; outros diziam, simplesmente, que o mar estava na maior ressaca (será que ele havia exagerado na dose?); e ainda tinha os que afirmavam que aquela era uma prova concreta e fortemente aguada do aquecimento global, bem ali, diante de nossos olhos e pés encharcados.
Em todo caso, este evento consistiu em mais uma nítida – e temida – demonstração dos perigosos fenômenos que as mudanças climáticas são capazes de causar. Até os mais céticos se assustaram, proibiram seus filhos de se aproximarem do mar, retiraram rapidamente todos os seus pertences até então instalados na areia e migraram. Migraram para um lugar mais alto, mais seco e mais seguro.
Até quando haverá um lugar para nos refugiarmos? Até quando? O problema é real. Não podemos continuar ignorando-o.

Um comentário:

  1. Finalmeeeeente esse post! Eu estava lendo e pensando justamente na sua última pergunta: até qd irá haver um ponto mais alto prá nos segurarmos?!
    Adorei que vc colocou o depoimento da Dona Chica. Só vendo o desespero de quem mora lá e não estava entendendo nada é que se dá conta de que aquilo é mto maior.
    Não sei até qdo e qto o planeta aguenta! O Guaru não, por favor rs. Brincadeira!
    Beijão

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