26 de dez. de 2011

A graça da época

Natal, pra mim, representa reconciliação. Reconciliação com aquilo que não foi ou que não está bom, o que está mais-ou-menos, aquilo que queremos melhorar. Reconciliação também com a nossa essência e valores, além dos nossos sonhos e objetivos. Reconciliação com o tempo.
Natal também simboliza a reunião da minha família que a cada ano agrega novos membros, expandindo os laços e relacionamentos. As crianças que nos contagiam com uma energia pura, alegrando nossos dias, nos lembra da nossa natureza, da nossa essência do bem.
Trago uma mensagem focada na gratidão. Tal escolha vem da intenção de reconhecer os incontáveis privilégios dos quais compartilhamos, e que às vezes esquecemos de dar o devido valor.

(o texto a seguir é inspirado numa leitura feita no Dia de Ação de Graças, comemorado em países como Canadá e Estados Unidos)

Primeiramente, saudações ao mundo natural!

Gratidão as pessoas
Hoje estamos mais uma vez juntos e observamos que os ciclos de vida continuam. A nós foi dado o dever de viver em harmonia e equilíbrio com todas as coisas vivas. Por isso, agradecemos um ao outro a influência que ele/ela tem em nossa vida.

Gratidão a Mãe Terra
Nós agradecemos nossa mãe, a Terra, por prover tudo o que precisamos para viver. Ela sustenta nossos pés enquanto caminhamos sobre ela desde o começo dos tempos.

Gratidão as águas
Nós agradecemos às águas do mundo por satisfazerem nossa sede e prover nossa força. Água é vida. Reconhecemos também que água é poder em muitas formas: cachoeiras e chuva, nuvens e vapores, rios e oceanos.

Gratidão às vidas aquáticas
Nós agradecemos todas as vidas aquáticas que são instruídas para limpar e purificar a água. Elas também se doam aos humanos em forma de comida. Nós agradecemos por ainda encontrar água pura.

Gratidão às plantas
Nós agradecemos aos vastos campos de plantas. Até onde os olhos conseguem ver, plantas crescem, desenvolvendo muitas maravilhas. Elas sustentam muitas formas de vida.

Gratidão às ervas medicinais
Nós agradecemos à todas as ervas medicinais do mundo, que foram instruídas para nos livrar das doenças. Elas sempre estão esperando e prontas para nos curar.

Gratidão aos animais
Nós agradecemos todo o reino animal. Eles têm muitas coisas para nos ensinar como humanos. Nós somos gratos por eles ainda estarem aqui e esperamos que sempre será assim.

Gratidão às árvores
Nós agradecemos as árvores espalhadas em diferentes famílias sobre a Terra. Algumas delas dão abrigo e sombra, outras frutas, beleza e coisas úteis. Muitas pessoas no mundo usam a árvore como símbolo de paz e força. Que hoje ela represente o mesmo para a gente.

Gratidão aos pássaros
Nós agradecemos a todos os pássaros que voam acima de nossas cabeças. O Criador deu a eles lindas canções. A cada dia eles nos lembram de aproveitar e apreciar a vida.

Gratidão aos quatro ventos
Nós agradecemos ao poder que conhecemos como ‘os quatro ventos’. Nós ouvimos as vozes deles no movimento do ar, enquanto eles nos refrescam e purificam o ar que respiramos. Eles contribuem para trazer a mudança das estações. Vindo de quatro diferentes direções, o vento nos trás mensagens e força.

Gratidão aos trovões
Nós agradecemos aos trovões, com suas luzes e voz grossa. Eles trazem a água que renova a vida.

Gratidão ao sol
Nós agradecemos ao nosso irmão mais velho, o sol. Todos os dias, sem falhar, ele viaja o céu de leste a oeste, trazendo a luz de um novo dia. Ele é o recurso de todos os fogos da vida.

Gratidão a lua
Nós agradecemos a lua, que acende a noite no céu. Ela é a líder das mulheres em todos os lugares do mundo, e ela governa os movimentos das marés dos oceanos. Através da mudança da cara dela, medimos o tempo, e é a lua que assiste a chegada das crianças na Terra.

Gratidão as estrelas
Nós agradecemos as estrelas que estão espalhadas no céu como jóias. Nós as vemos a noite, ajudando a lua a brilhar na escuridão, trazendo orvalho para os jardins. Quando viajamos a noite, as estrelas nos guiam até em casa.

Gratidão ao Criador
Nós agradecemos ao Criador, o espírito maior, e agradecemos todos os presentes da criação. Tudo o que precisamos para viver uma boa vida está aqui, na mãe Terra. Por todo o amor que nos cerca, nós, juntos, agradecemos pela dádiva de viver.

Feliz última semana de 2011 e feliz novo ano!

15 de dez. de 2011

A arte da purificação e do reconhecimento de interdependência

Masaru Emoto
Masaru Emoto focou suas pesquisas em água. O tema foi escolhido por conta do seu fascínio em relação à composição do corpo humano e do planeta Terra: água, muita água.
O japonês desenvolveu um jeito de registrar em fotografias, através da aplicação de ressonância magnética, os cristais da água quando congelada.
O que ele observou, além da beleza e do mistério que habitam este componente, foi a relação de interdependência que até mesmo invisíveis cristais de água provam sobre as premissas da ciência e filosofia holística, do reconhecimento de que tudo está conectado e relacionado.
Amostras de água foram coletadas em áreas urbanas e poluídas, e áreas de água pura e saudável (como em um poço profundo). Posteriormente, o material foi exposto às variadas palavras, imagens, músicas e pensamentos. Para que os cristais fossem fotografados, as águas precisaram ser congeladas.
As conclusões deste estudo, que para muitos críticos conservacionistas o grau de informalidade transcende o ‘academicamente aceitável’, mostram o poder da reação a uma ação. Da reciprocidade e da mutualidade. Da interconectividade.
Palavras, fotos, músicas e pensamentos bonitos, cristais de água bonitos. Palavras, fotos, músicas e pensamentos feios, cristais de água não bonitos.
Cuidemos do que escolhemos. E que novos caminham se abram.

2 de dez. de 2011

O Seu Valor


Não se esqueças
daquilo que tens
no coração
a alma do bem

Não se renda
estamos aí
para lutar
e tudo mudar

Não se venda
não se perca
não se entregue
se oriente

Não desista
acredite
faça o bem
não importa a quem

Faça o bem não importa a quem

24 de nov. de 2011

Encantos

Música é arte. Arte é vida. A arte da vida.


Flores


Para apaziguar

Para ensolarar

Para contemplar

Para comover

14 de nov. de 2011

Mais uma primavera

Um mundo de alegrias
Aniversário pra mim traz uma oportunidade para observação e uma sensação de expectativa. De um lado, faço um balanço profundo da minha vida e reflito sobre as minhas escolhas; de outro, penso nas infinitas possibilidades em relação ao futuro, e me pego curiosa ao imaginar a celebração no ano seguinte (ou daqui 10 anos), em o que terá acontecido, onde, como, e com quem estarei assoprando as velinhas.
Particularmente neste ano, o sentimento de gratidão foi o mais presente, e aproveito aqui para compartilhar os meus agradecimentos:
- às coisas boas da vida (aquelas que alegram e trazem qualquer tipo de prazer);
- à beleza presente em gestos simples, em momentos inesperados, e em lugares inusitados;
- às pessoas, especialmente à família que para mim representa conforto e cuidado, mesmo diante das discordâncias;
- ao amor gratuito, sentimento tão abundante em todo ser humano, e altamente capaz de transformar o mundo (mais do que isso, agradeço a oportunidade de poder experimentá-lo em tantas formas);
- à natureza, que com todos os seus mistérios, se mantém paciente em relação a espécie humana, e com fé na possibilidade de sermos muito mais gentis, honestos, conscientes e respeitoso;
- às oportunidades e surpresas que presenteiam a vida, trazendo descobertas, transformações e evoluções;
- aos erros que quando não condenados, promovem aprendizados e expansão dos saberes;
- à minha vida, por ser tão privilegiada e bonita.
Para colorir a vida

5 de nov. de 2011

A vida que passa

Originalmente chamado de Dia de los muertos, e criado no México, dia 2 de novembro traz mais do que um feriado nacional; uma oportunidade para lembrar as pessoas que daqui já transcenderam e que desta conhecida realidade já partiram.
Neste dia também comemoraria o aniversário de um tio-avô que depois que partiu, muito mudou a minha vida. Estranho esta mistura de sentimentos...
A verdade é que morrer é a única certeza que temos. E, ao mesmo tempo, lidar com a perda de alguém querido é mais do que um desafio; pode ser um sentimento insuportável.
A filosofia budista vê a morte como um nascimento, uma transformação; para uma planta nascer, a semente precisa morrer. Nem bom, nem ruim. Apenas é assim que é.
Não há racionalidade que dê conta de entender e explicar o que é morte (afinal, não há ninguém que já morreu e que tenha voltado pra cá para contar os causos desta experiência). Só nos resta mesmo é viver bem a vida que temos, cuidando das pessoas e do mundo que conhecemos. E enviar boas energias e bons pensamentos àqueles que já não estão mais por aqui.

26 de out. de 2011

Nossa (criativa) origem

Flor da permacultura - ética e princípios
Permacultura pode ser definida como ‘método holístico para planejar, atualizar e manter sistemas de escala humana (jardins, vilas, aldeias e comunidades) ambientalmente sustentáveis, socialmente justos e financeiramente viáveis’. O termo é a combinação de ‘cultura permanente’. Meu entendimento simplifica o conceito para observe o que há ao redor; observe a natureza; tudo é um recurso; a criatividade é o limite - como diz uma amiga; e coopere.
Em 2008 fiz um curso de sobrevivência na selva, na Amazônia. A intensa aventura reforçou a magia da natureza, suprindo (e até excedendo) todas as nossas necessidades. Seja nutriente, água, abrigo ou ferramenta, tudo está logo ali – logo aqui ao nosso redor. Basta harmonizarmos nossas intenções (e instintos) com a capacidade e determinação de inventar e descobrir.
Satish Kumar (o querido visionário do Schumacher College) diz que nossa essência é cultivar o que comemos em casa, movimentar o nosso corpo, preparar o nosso pão, costurar nossa roupa e utilizar os recursos que temos para criar algo novo – sempre útil e bonito. No entanto, o que temos hoje é uma cultura que, para muitos, exige passar o dia sentado em frente a uma máquina, comer algo nada fresco (e que quase sempre não é saudável), retornar a casa após um dia estressante (e esta palavra nem existia!), e zumbizar em frente a uma outra máquina – que desta vez é falante.
Lindo momento durante o III Encontro Geral da Escola Umbuzeiro, na Bahia
Um dos maiores aprendizados ao longo dos dias que eu estava envolvida com o projeto da Escola Umbuzeiro, no semiárido baiano, foi em relação à eficiência que as pessoas têm ao transformar tudo: construir estruturas, potencializar o uso de recursos, e desenvolver algo novo. Desde trava para porta, passando por captação de água da chuva e sistema de irrigação da horta, até a construção de um quiosque lindo, de um forno de cob, além de banheiros com sistema elétrico e hidráulico em pleno funcionamento, tudo consistia em uma ‘alternativa’, em algo novo e criativo.
A mudança das nossas referências – atualmente tão focadas em dinheiro e posse material – traz mudanças para a qualidade de vida, e para o mundo como todo. Nossas escolhas pessoais interferem na teia da vida que, assim acredito, voltará a estar baseada no cuidado da nossa essência, da terra, do coletivo, da bondade e do amor.

19 de out. de 2011

Jacó

Igreja da Matriz
Após duas semanas na fazenda Caldeirão Cercado, onde tive a oportunidade de conviver com cerca de 35 participantes do projeto Escola Umbuzeiro, e, com eles, aprender sobre permacultura e a realidade de quem vive no semiarido, vim a Jacobina, uma cidade localizada no extremo norte da Chapada Diamantina, na Bahia.
A cidade do ouro – como é conhecida – exibe seus morros, compartilhando a boa energia e a exuberância da natureza que pode ser contemplada de todos os ângulos.
Os 365 degraus que levam ao cruzeiro da cidade

Cachoeira do Brito
O cruzeiro no alto da montanha é um marco que requer o caminhar de 365 degraus para ser visitado (programa para amanhã);
Entre as serras, cachoeiras reservam beleza e a água refrescante que alivia o calor do sertão;
Os nativos, como todo baiano, são amigáveis e extremamente musicais;
A comida local nos presenteia com bijus, licuris, acarajés, quebradinha, cacau, banana da terra e muitas verduras orgânicas;
O rio Itapicuru se encontra em um nível baixo contrastando com as fotos de dezembro durante a época das enchentes;
Os pés de mangueira nas ruas resistem à seca e mostram a fartura que em breve estará madura;
E a vida por aqui segue em um ritmo mais vagaroso e mais humano...
Prazer em te conhecer, Jacó!
Pelas trilhas da vida
Bahianês
Orelhão baiano

11 de out. de 2011

Do lado de cá

Umbuzeiro
Como o autor Euclides da Cunha já dizia ‘umbuzeiro é a árvore sagrada do sertão’. A razão pela qual esta espécie é tão valorizada – e não por acaso é o nome da escola/projeto com o qual estou envolvida no momento – é por conta das suas raízes que além de armazenarem água para sobreviver à época da seca, produzem algo parecido com uma batata, que serve de alimento durante a estiagem.
Após uma semana aqui, o grande aprendizado é nutrido a partir do convívio com pessoas que têm referências e perspectivas de vida totalmente diferente às minhas – e às pessoas com as quais geralmente me relaciono.
Quiosque (onde as aulas acontecem) construído em mutirões
Centro do quiosque. Energia pela paz
Educandos do projeto
Hora do lanche
A cultura e as experiências deste povo expressam a realidade de quem vive – e sobrevive – da terra; de quem sabe muito mais de ervas medicinais do que de aspirinas; de quem valoriza participar de uma roda de cantiga muito mais do que assistir uma novela; de quem sonha em ter mais terra pra plantar em vez de comprar um carro importado; e de quem observa a natureza – e todos os seus fenômenos – instintivamente, reconhecendo seus padrões e seus atuais desandares.
Mandacaru e a lua cheia
Pôr do sol de ontem
A conexão com a terra é extrema, assim como os valores ligados às comunidades/pessoas com quem eles se relacionam. A preocupação com as crianças de hoje também é um fator presente, já que o desafio de mantê-las interessadas no que é natural ao mesmo tempo em que os desejos de ter o vídeo-game mais moderno e a boneca mais multifuncional são estridentes.
O projeto Escola Umbuzeiro tem um grito, algo que me fez presenciar e sentir a intensidade e importância deste projeto: Uma só força; um só pensamento; um só coração! Escola Umbuzeiro!
Registro aqui o meu agradecimento por tamanha expeiência.

8 de out. de 2011

Alô, Bahia

Salvador vista da janelinha do avião
Após uma aventura entre Campinas e Jacobina, eis que me encontro na fazenda Caldeirão Cercado, no município Várzea da Roça, na Bahia!!! Vim para cá como voluntária do projeto Escola Umbuzeiro (http://www.escolaumbuzeiro.org/), uma iniciativa desenvolvida pelo Instituto de Permacultura da Bahia (http://www.permacultura-bahia.org.br/), e patrocinado pela Petrobras.
O objetivo do projeto é formar educadores, disseminadores dos princípios agroecológicos, focado atualmente em 44 agricultores familiares da região do semiárido baiano.
Casa do Caldeirão Cercado
Plantação de abóbora ao lado do acampamento
Cabeça de frade, um cactos muito comum nesta região
A escola itinerante agora está prestes a realizar um Encontro Geral que desta vez será sobre permacultura. Até domingo, quando os educando chegarão para o evento de uma semana, um time de aproximadamente 20 pessoas tem trabalhado para desenvolver uma estrutura capaz de acolher todos os participantes e, claro, servir como exemplo de práticas ecologicamente sustentáveis (ex. banheiro seco, painel solar de baixo custo, construções de super adobe etc).
Linda horta
Chuveiro a céu aberto
Cagabalde - sim, é este o nome
Há quatro dias cheguei neste Estado que exibe contrastes muito além do sotaque cantante. A paisagem seca expõe uma coleção de palmeiras – especialmente licuris – e cactos, constatando as particularidades da caatinga; na estrada, vejo os tradicionais sertanejos em seus jegues e motociclistas sem capacetes; em vez de ônibus, há carros de linhas – algo como ‘caronistas profissionais’; semente de cacau é um dos peticos mais apreciados, enquanto cuscuz (bem diferente do cuscuz paulista) é como o ‘pão-de-todo-dia’.
Você já foi a Bahia? Então vá.

28 de set. de 2011

Quando todos somos um

Em 2008, o ecologista Rainer Nõlvak iniciou o projeto ‘Let´s do it’ com o objetivo de coletar o lixo espalhado indevidamente nas ruas da Estônia, um pequeno país europeu. Ao final de 5 horas, com o apoio de mais de 50 mil voluntários, incríveis 10 mil toneladas foram recolhidas e encaminhadas a reciclagem - e o país ficou limpo.
A ação conjunta envolveu diversos setores sociais em prol de um bem comum. O reconhecimento da interdependência entre todos, e da força de trabalho de uma grande comunidade mostrou-se, mais uma vez, eficaz para lidarmos com os desafios atuais.
No último domingo, dia 25, Campinas (SP) foi a cidade que acolheu a ação do projeto Limpa Brasil (http://www.limpabrasil.com/). Sob o lema ‘Eu sou catador’, ao longo da semana, a campanha municipal somou a coleta 400 toneladas de resíduos.
Que este evento sirva de exemplo do quanto podemos fazer juntos, cooperando um com o outro em prol de algo comum - e que nos é natural. E também para que reflitamos sobre a geração – e o reaproveitamento – de resíduos.
Coletando o lixo a caminho da Lagoa do Taquaral
Toda contribuição é válida

21 de set. de 2011

O nosso Brasil

Belezas na Lagoa do Taquaral, em Campinas
Durante um mês contei com a companhia de uma querida pessoa vinda diretamente da Inglaterra. Diante de tantas diferenças culturais, a experiência de mostrar um pouco desta terra tropical a alguém ‘de fora’ foi uma divertida aventura.
Desde parques, comidas, feiras, São Paulo até praias, bares e comunidades, o longo ‘tour’ tentou compartilhar apenas um pouco da nossa cultura e dos nossos hábitos.
O colorido das frutas no Mercadão de Campinas
A charmosa Paraty...
... e a linda Trindade
Feliz pelo dia, pelo lugar, pela companhia... feliz pela vida.
IPE, em Nazaré Paulista
Do ponto de vista dela, nada melhor do que o jeito-brasileiro-de-ser, os nossos sucos naturais e a variedade de frutas e vegetais de qualidade à preços quase irrisórios, principalmente considerando a diferença entre as moedas (1 libra = 2,87 reais).
Entre os comentários, nosso idioma soa mais fácil do que o esperado; o calor dos brasileiros não é lenda (assim como o calor vindo do sol em pleno inverno); arroz e feijão é mesmo uma bela combinação; a pobreza extrema é, infelizmente, evidente e lamentável; os nossos salgados (pão-de-queijo, coxinha, pastel, bolinho de bacalhau...) são únicos e muito apreciados; o coco contém mais água do que parece; gostamos de cerveja gelada servida em copo pequeno, enquanto a preferência britânica é por cerveja a temperatura ambiente em copo grande (1 pint = aproximadamente 500 ml); a música, os ritmos, especialmente o samba, é contagiante; a expressão ‘noooossa’ é marcante; e o porquê da ausência da palavra ‘sim’ no nosso vocabulário é difícil de explicar.
Enfim, entre tantos passeios e partilhas, só quero mesmo é registrar o meu profundo agradecimento por tantas alegrias, diversão e amor, muito amor.
 
A exuberância do pavão branco na Lagoa do Taquaral..
... e a elegância da garça




6 de set. de 2011

Tempo de reinvenção

Semana passada mais uma grande conquista aconteceu: finalizei minha dissertação do mestrado! O tema do trabalho foi ‘música como uma oportunidade para transformação social’, e o estudo foi focado na banda Bate Lata (http://batelata.blogspot.com/), em Campinas.
Muita alegria e orgulho ao ver o trabalho impresso
O engajamento com o projeto possibilitou uma vivência ao longo de três meses com 20 crianças e jovens (de 13 a 21 anos) que integram a banda, além dos professores de percussão, expressão corporal e canto. Como particularidade, o grupo faz da sucata uma fonte de percussão, um instrumento.
Banda Bate Lata
Reutilização de materiais
Através da música, e de todas as atividades oferecidas pelo projeto patrocinado pela Fundação Orsa em parceria com o governo federal, centenas de cidadãos estão experimentando a oportunidade de ter, mesmo que minimamente, acesso à educação, despertando e estimulando senso de cooperação e coletividade, além de contato com diferentes referências e realidades.
Como pesquisadora e como fã, quero registrar meu profundo agradecimento pelo grupo e por todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuem para esta fascinante iniciativa continuar iluminando a vida de tantos. Foi um privilégio presenciar um pouco da jornada de vocês.
Despedida... Cantando e batucando...

14 de ago. de 2011

Reverência ao tempo

Figueira campineira que tanto me encanta

Domingo. Dias dos pais, aniversário de duas pessoas queridas, e véspera de um dia tão esperado.

Lua cheia, calor e frio.

Saudade de registrar e compartilhar minhas aventuras e reflexões.

E entre tantos episódios, até meu batismo de micuins aconteceu.

Nesta noite, situações simbólicas. Encontro da família, finalização da dissertação, e expectativas.

Sonhos.











26 de jul. de 2011

A música que respiro


Da janela ouço uma escala. O instrumento? Acredito que seja um sax.

As notas saem pelo sopro de alguém não tão familiarizado com a arte de tocar.

Dó Ré Mi Fá ... ops, acho que não é esta nota!

Desde sempre, tenho o hábito de prestar atenção ao som de cada instrumento em uma canção; ouço e imagino a/o musicista, a dança, a pegada, a batida, a orquestra.

Gosto de ouvir o som das coisas também. A virada da página, o cachorro latindo, o vento, o apertar das teclas...

Um prazer gratuito dado por tudo e por todos.

Quantas vezes nos emocionamos com uma música e mudamos de humor de repente?!

Muitas das vezes gostamos da música mesmo não sabendo o que ela está dizendo; em muitas, nem palavras há.

Há sim o som, o movimento, a vibração.

Sem notarmos, nosso pé tá batendo, a cabeça balançando e a mão ensaiando o batuque;

É a música que contagia e transforma.




















13 de jul. de 2011

Outro ponto de vista

Há um mês iniciei o ofício de professora de inglês. No total, 80 estudantes. Crianças, jovens e senhorios; uma diversidade fascinante compartilhando o mesmo objetivo – aprender um idioma que abre infinitas portas e proporciona um diálogo oral com uma significatica parcela da população mundial.
Entre tantos aprendizados, o conceito de emergência vindo de uma situação imprevisível torna-se uma bela oportunidade para engatar um assunto no qual os estudantes estão interessados. Lendo um artigo, identifiquei semelhanças nesta descrição, na arte de ser sensível o bastante para captar tais momentos e improvisar.
Meu campo visual mudou. Quando estudante, meu foco (ao menos visual) é a/o professora/o. No entanto, estar do ‘outro lado’ implica no fato de que meu olhar contempla agora, em média, 20 pares de olhos. Mais do que isso, tal posição permite um nível de observação tão peculiar (principalmente em relação a linguagem corporal das pessoas) do qual até então eu não tinha ideia.
Como estudante, tendo, facilmente, à distração. Meus pensamentos peregrinam entre infinitas reflexões – dias mais, dias menos. Mais uma vez, tal maneira de ‘presenciar’ uma aula mudou. Na posição de professora a concentração é requerida 100% do tempo, não havendo possibilidade para a divagação. Interessante como as coisas são...
Trabalhar fortalece a natureza humana de servir, de ser útil. Mais do que tudo, consiste numa oportunidade para um aprendizado constante assim como para a descoberta de novas possibilidades.