20 de nov. de 2012

O viver em comunidade

Você é unico e 'não-repetível'
Quando visitamos lugares como a Uniluz (em Nazaré Paulista), o Schumacher College (na Inglaterra) e Findhorn (na Escócia) – assim como tantos outros – é fácil nos convencer, ou melhor, acreditar que outro mundo é possível. Mas como assim, outro mundo?
Sim, outro jeito de viver, com diferentes hábitos, valores, relações e, especialmente, perspectivas. Aquilo que atualmente é considerado ‘alternativo’ passa a ser o ‘convencional’, o tão almejado ‘normal’.
No primeiro dia em Findhorn fomos convidados a fazer sauna, algo que eu adoro. Quando soube que a maioria das pessoas estariam nuas e que era mista, meus pudores e, por que não, vergonhas se agitaram dentro de mim: homens e mulheres juntos e pelados?! Humm, não sei se esta é a minha praia...
 
Felizmente, refleti sobre a oportunidade rara que era estar no norte da Escócia, numa das mais antigas ecovilas do mundo, conhecendo um monte de gente interessante, em tempo de experimentar algo que me faria sair da minha zona de conforto.
Não é que toda esta chatice de pudores durou 5 segundos uma vez que eu estava lá? Simplesmente não há nada mais libertador (e, ao mesmo tempo, natural) do que fazer sauna, nua, com gente bacana para conversar – e nos transformar.
Me questiono como estar nua com pessoas também nuas, cultivar o que se come, transformar os resíduos orgânicos em adubo, escolher ficar em silêncio por 20 minutos enquanto observamos a nossa respiração, construir algo pensando no maior aproveitamento da energia natural e nos jeitos de coletar a água da chuva para ser usada na irrigação, agir levando o todo em consideração (inclusive as próximas gerações), passou a ser o ‘alternativo’, os bixo-grilos, rippies rebeldes que não se dispõem a ‘se ajustar’ ao sistema. Alternativo mesmo é achar tudo isso algo de outro mundo.
 
 

14 de nov. de 2012

Um lugar chamado Findhorn

Anjos da semana
A caravana original onde tudo começou...
Findhorn é o nome de um vilarejo no norte da Escócia. É também o nome da ecovila fundada por Peter e Eileen Caddy, e Dorothy Maclean quando ali chegaram com sua caravana, em 1962.
Baseada nos princípios da vida em comunidade, espiritualidade e valores holísticos, a Findhorn Foundation (http://www.findhorn.org/) hoje conta com mais de 400 membros-residentes, e oferece diversos programas ao longo do ano. Entre eles, aquele que é pré-requisito para a maioria dos cursos, a Experience Week (Semana da Experiência), a qual concluí neste sábado.
 
 
A vivência possibilitou entender como a ecovila funciona, os desafios, as satisfações da vida em uma comunidade intencional, o que tem sido inovado na Fundação em termos de design ecológico e autossuficiência, além de uma oportunidade para fortalecer nossa consciência sobre a natureza – e todas as surpresas da vida. Como exemplo, para nos fazer verdadeiramente presentes, antes e após qualquer atividade há o que é chamado ‘attunament’, um círculo de pessoas que guiados pelo focalizador (outro termo para facilitador) respiram fundam e compartilham suas energias através das mãos dadas.
 
O dia começa com um saboroso café da manhã que conta com ovos frescos do galinheiro da vila; meditamos por 20 minutos no santuário; cada pessoa segue para o seu ‘serviço de departamento’, o que no meu caso era a cozinha onde prepararíamos uma refeição para 130 pessoas; a tarde há atividades que variam diariamente (danças sagradas, tour na vila, jogos construtivos, caminhadas a sós); meditamos por mais 20 minutos antes do jantar que é servido às 18h; a noite há compartilhamento em grupo, em que cada um fala o que está sentindo e pensando; e, para concluir, há uma sessão com alguém interessante, membro da comunidade (um dia foi com o criador do projeto ‘Trees for Life’, outro dia com um dos responsáveis pela manutenção do prédio onde a gente estava, e outro dia com um herbalista que atualmente trabalha com essência de animais).
Simplesmente fascinante.
 
 
 

1 de nov. de 2012

Dia/noite surpresa

Clássica abóbora
Após um dia daqueles, isto é, daqueles que nada parece estar certo, quando um incidente, uma (ou mais) tropeçada, acontece continuamente, o último dia de outubro trouxe uma alegria bem inisperada. Inicialmente celebrando o Dia das Bruxas (Halloween), a festa aqui em casa também rendeu uma surpresa em relação à celebração do meu aniversário.
 
 
Cercada por amigos queridos, comemorei antecipadamente a data do meu nascimento. Além de vinhos e chocolates, coisas que todo mundo parece saber que eu gosto, ganhei uma harpa de boca (até então nunca tinha visto uma) de uma amiga vinda do Quirguistão, um cachecol diretamente da Índia, e um clássico martini com azeitonas preparado por um querido amigo/mentor.
 
A noite também contou com a participação de crianças fantasiadas batendo a porta. Seguindo a tradição de ‘tricks or treats’ (‘gostosuras ou travessuras’), fiquei feliz por presenciar este ritual que é bem divertido. Ainda bem que tínhamos um monte de chocolate...
 
E hoje, após uma caminhada a beira do rio Dart que contou com a aparição de uma foca fazendo graça, reencontrei um querido amigo colombiano que, após três dias de curso sobre pães, nos presenteou com uma caixa cheia de pães frescos feitos por ele. Uma alegria sem tamanho.