17 de jul. de 2012

O muro que não caiu

A 'abertura' do muro de Berlim em 1989
Conhecer Berlim é ver – e sentir – a história da cidade que foi demolida na Segunda Guerra Mundial. Mais do que tudo, a capital alemã carrega a trajetória da reconstrução, do começar de novo enfrentando o sofrimento do luto e o desafio das ruínas.
Símbolo da segregação, o muro construído em 1961, que separava a Alemanha ocidental da oriental (e o bloco capitalista do socialista), foi derrubado em 1989. Parte do muro, exatos 1,3 km (dos 155 km originais), ainda está lá, de pé, lembrando e honrando o que ali aconteceu. Parada obrigatória para turistas, o muro emociona pela história de um passado não tão distante.
Hoje conta com incríveis pichações feitas por artistas do mundo inteiro, no que atualmente é chamado East Side Gallery. Eis aqui algumas das fotos que mais me impressionaram:

15 de jul. de 2012

Dia de festa

Amigos nascidos no mesmo dia - Briguita, Jon, Sue e Exster
Terça-feira, dia 10, havia 4 (!!!) aniversariantes aqui no colégio! Haja comemoração!
Num raro dia de sol no verão mais chuvoso da história inglesa, almoçamos no jardim, em volta da fogueira, desfrutando deliciosos kebabs vegetarianos e uma salada fresca colhida na horta durante a manhã.

Almoço carinhosamente preparado
Comunidade reunida
Também fizemos um jantar indiano caprichado, contando com a presença das famílias do pessoal que trabalha aqui. Uma noite especial concluída com música ao redor da fogueira. Sempre muito bom!
Felicidade também ao descobrir, após 2 anos, que a minha máquina tira fotos preto & branco! Vivendo e aprendendo...
Jantar indiano
Agradecendo e abençoando a comida
Coisas boas da vida
Música: fonte de felicidade

5 de jul. de 2012

Jornada da paz

Ontem eu assisti um debate/diálogo entre Patrick Magee e Jo Berry. Pat, como é conhecido, foi o fundador e líder do IRA (Irish Republican Army, isto é, Exército Republicano Irlandês), que lutou pela independência da Irlanda do Norte em relação ao Reino Unido, representando também uma guerra religiosa entre protestantes e católicos. Jo é uma ‘ativista pela paz’ que trabalha com resoluções de conflitos e com o Projeto Perdão.

O que os dois têm em comum?
Em 1984, Pat armou uma bomba num hotel em Brighton, na Inglaterra, na tentativa de atingir a então Primeira Ministra inglesa Margaret Thatcher. O famoso atentado matou cinco pessoas, entre elas o pai de Jo, Sir Anthony Berry, Membro do Parlamento britânico.
Após 14 anos na prisão, em 2000, Pat aceitou o convite de conhecer Jo pessoalmente. Desde então uma incrível jornada pela paz, pelo perdão, começou.
É difícil escrever sobre o que aconteceu ontem, pois palavras parecem não ser suficientes para compartilhar a profundidade do diálogo que ocorreu. Era preciso estar presente, sentindo intensas (e extremas) emoções ao ouvir as histórias que se cruzaram de maneira tão dramática.
Jo defendeu que a única maneira de resolver conflitos é através da humanização, e que perdão é uma jornada e uma escolha. Pat disse que Jo carrega a voz da compreensão e não do julgamento. Juntos concordaram que lutar por justiça através da violência é a maior fraqueza da espécie humana.
Para mim, como para muitos outros que estavam lá, ouvir esta história foi uma verdadeira lição de vida, uma prova de que há sempre a opção de fazermos melhor, de engrandecermos e expandirmos o nosso coração e nossos saberes.
Jo Berry e Patrick Magee

3 de jul. de 2012

Viagem ao continente

No Reino Unido (Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte) as pessoas dizem ‘nós pertencemos a Europa, mas não estamos na Europa’. Tal sentença se justifica por conta do fato do Reino Unido ser uma ilha. Por isto, quando viajamos a outros países europeus, viajamos ao continente.
Há dez dias partimos (eu e mais três pessoas do Schumacher College) rumo a Berlin em uma ‘road trip’. Parando para dormir – e passear – em Bruxelas, tanto na ida quanto na volta, a longa viagem foi concluída ontem à noite, trazendo valiosos aprendizados e muitas histórias que espero relatar aqui ao longo da semana.
Grand Place em Bruxelas: arquitetura do século XVII
Os famosos waffles belgas
E os tentadores chocolates
O grupo do Schumacher College em frente a tradicional estátua no centro de Bruxelas
Sob o título ‘Missão U’, 120 estudantes (ou ex-estudantes) vindos de diversos colégios progressistas na Europa, foram reunidos para trabalhar durante uma semana na capital alemã. Através do engajamento com projetos/clientes reais, 14 grupos aplicaram os princípios da ‘Teoria U’, proclamada pelo cientista Otto Scharmer.
Basicamente, a Teoria U consiste numa maneira de ser/pensar/agir/liderar baseada na qualidade de atenção dada a cada situação considerando as propriedades emergentes, isto é, como lidamos e incorporamos os fatores imprevisíveis e espontâneos em nossas vidas – tanto a nível pessoal como profissional – a fim de melhorar o nosso desempenho.
Sessão com Otto Scharmer, autor da Teoria U
O próprio Otto concorda sobre a dificuldade de descrever este processo através de palavras, mas reforça a importância de atentarmos às nossas experiências, e reconhecermos as fases pela qual passamos para podermos nos aperfeiçoar e evoluir. Neste vídeo, por exemplo, o autor define a teoria como uma ‘tecnologia social que facilita a conexão entre pessoas e instituições’:
Mais do que tudo, em minha opinião, Teoria U compartilha os mesmos princípios, a mesma ética, e carrega as mesmas mensagens que ciência holística, permacultura, meditação, ciência de Goethe, ecolgia e muitas outras teorias e ciências por aí afora. Partindo da observação profunda, com atenção plena, agimos no nosso melhor estado, e, assim tomara, contribuímos para um mundo cada vez melhor.