30 de out. de 2012

Trabalho coletivo

Totnes está celebrando uma grande conquista: após muitos protestos, petições, reuniões, passeatas e, resumidamente, muito barulho, a rede de cafés Costa, uma das grandes cadeias no Reino Unido, desistiu de abrir a loja que até já tinha permissão/alvará para ser aberta.
Devido ao engajamento da comunidade que quer manter o ‘espírito alternativo’, a proteção aos pequenos empreendedores, e o desenvolvimento – e fortalecimento – da economia local, finalmente, o gerente do Costa Café visitou a cidade e reconheceu que não valeria a pena investir em uma cidade onde as pessoas são conscientes o suficiente para boicotar uma já grandiosa organização. Eis aqui uma reportagem sobre o desfecho desta história:  
Outro exemplo que mostra como a ‘união faz a força’ foi vivido neste último final de semana. Com a missão de remover os resíduos, especialmente materiais plásticos, do rio Dart, o rio que passa por Totnes, voluntários se reuniram num dia em que os termômetros atingiram 2ºC para colaborar com a iniciativa.
Sendo um dos aventureiros em caiaques, ajudando na preparação da comida para o picnic comunitário, ou caminhando à margem do rio, cada pessoa que participou do evento contribuiu com uma valiosa causa.
Como diz a famosa sentença da antropóloga Margaret Mead, “nunca duvide de um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo. De fato, foi sempre assim que o mundo mudou”.
 
 
 

24 de out. de 2012

Vivendo e descobrindo

Por menor que Totnes seja, parece que sempre há o que descobrir nesta cidade. Neste final de semana, por exemplo, caminhei na trilha (especialmente para ciclistas) que conecta a cidade à costa inglesa. A paisagem outonal é simplesmente linda (mas é importante se preparar para encarar bastante lama):
 
 Aqui também há uma feira especial que ocorre no terceiro domingo de cada mês. Diante de várias opções, desta vez, por 5 libras, me esbaldei no que é chamado ‘extravagância de frutos do mar’.
Food fair
Algo que também virou atração por aqui é o ônibus comunitário chamado Bob, the Bus. Apesar de no Reino Unido não haver o ‘sistema de prioridade’ para idosos, obesos, gestantes e deficientes físicos (e eis mais um dos aspectos positivos no Brasil), a iniciativa objetiva auxiliar o transporte desse público na High Street, a rua principal da cidade, que é extremamente íngreme.
E assim, entre uma descoberta e outra, segue a vida por aqui...
 
 
 
 

12 de out. de 2012

As cores da estação

Um das características mais marcantes da vida na Inglaterra é o fato de as estações do ano serem bem definidas. Cada uma com sua beleza e particularidades, o outono traz um colorido rústico, a incessante chuva, e uma sensação de transformação e recolhimento. Nos Dartingtons Gardens, por exemplo, a paisagem é assim:
 
 
Já aqui em casa, além da nova torradeira e do ‘cantinho do chá’, nossa pequena comunidade transformou-se nesta última semana. O bendito fruto entre as (cinco) mulheres, Jonny, mudou para a Espanha, e a Daisy, uma amiga do tempo do mestrado, é a nova residente.
Torradeira fashion
O pessoal daqui de casa. Despedida do Jonny.
 

Entre os aprendizados da semana, gostaria de compartilhar a oportunidade que tive de fazer um treinamento promovido pela organização LIFEbeat (http://www.lifebeat.co.uk). Com a intenção de mobilizar jovens e adultos através de exercícios artísticos, o curso mostrou como todos nós somos verdadeiramente criativos. Algo que vale sempre ser lembrado – e estimulado.
Pessoal do workshop
E, por último, eis aqui a dica de um ótimo documentário sobre a importância das abelhas. ‘The Queen of the Sun: what are the bees telling us?’, ainda sem tradução em português, vale a pena ser assistido e divulgado.
 

1 de out. de 2012

Comemorações cotidianas

Neste final de semana, Totnes celebrou a lua cheia através de uma passeata chamada de Festival da Lanterna. Associando o nome ao importante dia no calendário chinês, quando é comemorada a primeira noite de lua cheia depois do Ano Novo, a High Street estava cheia – e iluminada.
O dragão vermelho carregado por voluntários, as criativas lanternas feitas pelas crianças, a contadora de histórias, os artistas, a banda de samba... tudo isso fez parte de (mais) uma noite em que a comunidade local apoiou uma iniciativa que almeja virar uma tradição.
Lua cheia
 
 
Na cidade popular entre os hippies (e simpatizantes), há também, mensalmente, o que eles chamam de ‘clothe´s swap’, isto é, troca de roupas. Traga o que tiver, pegue o que quiser. Mais um evento que tem feito sucesso e contribuído para uma sociedade mais simples e igualitária.
Não é a toa que há tantas lojas de ‘segunda mão’ por aqui. O paradigma, a filosofia, o estilo de vida, o ritmo, e as escolhas são bem diferentes comparadas às de uma cidade metropolitana, por exemplo.
Clothe´s swap
Outra particularide é a beleza natural. A vida na zona rural é, realmente, diferente - e muito mais saudável.
Um dia desses, caminhando até o cinema, contemplei o rio Dart, a floresta, as vacas, pôneis livres no campo e, claro, o ar fresco e puro - algo, infelizmente,  raro nas cidades grandes.
Caminhando rumo ao cinema
Para concluir, compartilho uma grande aquisição: nesta semana comprei um instrumento de percussão lindão! Sendo amiga do dono da loja de instrumentos musicais, e paquerando os ‘badulaques’ quase que diariamente, decidi dar este presentão a mim mesma! Algo que tem alegrado os meus dias – e a minha alma – imensamente.
Só alegria :)