26 de jul. de 2011

A música que respiro


Da janela ouço uma escala. O instrumento? Acredito que seja um sax.

As notas saem pelo sopro de alguém não tão familiarizado com a arte de tocar.

Dó Ré Mi Fá ... ops, acho que não é esta nota!

Desde sempre, tenho o hábito de prestar atenção ao som de cada instrumento em uma canção; ouço e imagino a/o musicista, a dança, a pegada, a batida, a orquestra.

Gosto de ouvir o som das coisas também. A virada da página, o cachorro latindo, o vento, o apertar das teclas...

Um prazer gratuito dado por tudo e por todos.

Quantas vezes nos emocionamos com uma música e mudamos de humor de repente?!

Muitas das vezes gostamos da música mesmo não sabendo o que ela está dizendo; em muitas, nem palavras há.

Há sim o som, o movimento, a vibração.

Sem notarmos, nosso pé tá batendo, a cabeça balançando e a mão ensaiando o batuque;

É a música que contagia e transforma.




















13 de jul. de 2011

Outro ponto de vista

Há um mês iniciei o ofício de professora de inglês. No total, 80 estudantes. Crianças, jovens e senhorios; uma diversidade fascinante compartilhando o mesmo objetivo – aprender um idioma que abre infinitas portas e proporciona um diálogo oral com uma significatica parcela da população mundial.
Entre tantos aprendizados, o conceito de emergência vindo de uma situação imprevisível torna-se uma bela oportunidade para engatar um assunto no qual os estudantes estão interessados. Lendo um artigo, identifiquei semelhanças nesta descrição, na arte de ser sensível o bastante para captar tais momentos e improvisar.
Meu campo visual mudou. Quando estudante, meu foco (ao menos visual) é a/o professora/o. No entanto, estar do ‘outro lado’ implica no fato de que meu olhar contempla agora, em média, 20 pares de olhos. Mais do que isso, tal posição permite um nível de observação tão peculiar (principalmente em relação a linguagem corporal das pessoas) do qual até então eu não tinha ideia.
Como estudante, tendo, facilmente, à distração. Meus pensamentos peregrinam entre infinitas reflexões – dias mais, dias menos. Mais uma vez, tal maneira de ‘presenciar’ uma aula mudou. Na posição de professora a concentração é requerida 100% do tempo, não havendo possibilidade para a divagação. Interessante como as coisas são...
Trabalhar fortalece a natureza humana de servir, de ser útil. Mais do que tudo, consiste numa oportunidade para um aprendizado constante assim como para a descoberta de novas possibilidades.