25 de abr. de 2010

De mala e cuia - e violão

Após alguns ratos, dividir o banheiro com 8 pessoas (o que significa congestionamento intenso), ter leite diluído no café-da-manhã e outras coisinhas mais, decidi mudar de casa. Por (muita) sorte, foi uma das melhores decisões!
A minha nova residência fica na zona 2 - que é mais perto da escola onde estudo (zona 1). Eu morava na 4.
O caminho para casa é por si só uma beleza, especialmente porque estamos na primavera. Um monte de árvores frondosas e coloridas...

Cheguei aqui e me deparei com um lindo jardim comunitário! Parece uma vilinha e soube que a vizinhança é bem legal.
Brigitte, a dona da casa, é francesa e professora de estudantes de 16 a 19 anos. Não come carne vermelha, nem frango, e tem um astral bem agradável.
A casa é pequenininha, mas aconchegante.
Divido quarto com uma tailandesa. Ela ficará só até a semana que vem e depois chegará outra estudante. No outro quarto há uma sueca bem legal e que fala francês e alemão fluentemente, além de um pouco de italiano e um dialeto original de seu país.
Meu quarto tem vista para o jardim - o que adorei.

O sistema daqui é completamente diferente da outra casa, e bem melhor - especialmente em relação a comida e "conveniências", entre elas, internet e lavanderia gratuitas.
Para a primeira refeição tivemos peixe (real mesmo, não ficção) assado, couve refogada e arroz feito na hora. Jantamos juntas, conversando. A comida estava deliciosa e lembrou-me a comida da minha casa - o que até então era inédito!
Enfim, estou muito contente e penso que talvez não fosse valorizar tanto estar aqui por não ter outra referência.

14 de abr. de 2010

Brasilidade

Após completar 3 meses em Londres, a saudade do Brasil bateu forte. A fim de minimizá-la, fui a um boteco chamado Barraco Café.
O sentimento ao entrar lá foi totalmente inesperado. Fiquei emocionada e me senti imediatamente em casa.
Com funcionários calorosamente simpáticos, ouvindo Maria Rita cantar, lendo um jornal em português, e comendo um pão-de-queijo quentinho, o programa foi uma alegria e tanto!
Com o nítido jeito-brasileiro-de-ser em que as pessoas se abraçam e conversam sobre tudo, e com o vira-lata Jack saracuteando pelo bar - e filando comida dos clientes -, pude sentir a energia da qual sinto tanta falta.
Também foi interessante observar as prateleiras expondo comidas tão casuais, mas que quando estamos distante ficamos carentes. Entre os produtos mais requisitados estão o Guaraná, Nescau, Bis e sonho de valsa, bolacha Passatempo, cerveja Brahma e Bohemia, batata-palha, farofa e erva de chimarrão.
Aproveito para compartilhar alguns versinhos de alguém que está mais saudosista do que normalmente:

“Minha terra, meu Brasil”

Eu, brasileira,
Mais uma estrela na bandeira

Pantanal, Caatinga, Amazônia, Cerrado
A Mata Atlântica, o Pampa gaúcho

É tanto colorido,
Tanta novidade,
Exibindo a diversidade

Nossas florestas,
Exuberante variedade,
Reverenciam a tropicalidade

Diante de tanto privilégio,
De tanta beleza,
Saudemos a mãe natureza

5 de abr. de 2010

Saudações da natureza

Nesta semana a temática ambiental se mostrou ainda mais forte e presente na minha vida. Partindo da felicidade ao ver o projeto de substituição dos copos descartáveis por copos duráveis nos Restaurantes Universitários da UFSM – no qual trabalhei durante a universidade – tornando-se realidade (http://coposdoru.wordpress.com/), lembrou-me do quanto a persistência, paciência, e o trabalho são eficazes. Finalmente, ao menos em mais uma universidade brasileira, mais de 8 mil copos descartáveis são poupados diariamente! Uma significativa mudança e mais um passo dado na longa jornada rumo a sustentabilidade!!!
Já aqui em Londres, conheci o BedZED Centre (http://www.bioregional.com/what-we-do/our-work/bedzed/), uma vila ecológica que é referência entre as atualmente comentadas “construções verdes”. Com mais de 200 residentes, o centro é um exemplo do quanto podemos mudar – e sem grandes esforços – em prol de não só minimizarmos o nosso impacto ambiental, mas também melhorarmos a qualidade de vida. Um modesto exemplo é o consumo diário, médio, de água por pessoa nesta vila – que são 76 litros. Este número torna-se relevante quando comparado aos 250 litros de água diários consumidos, em média, pelos britânicos, e, chocante, se comparado ao mesmo dado nos Estados Unidos – que são valiosos 420 litros! Só a partir disso, é possível perceber a extrema relevância da ação!
E, culminando todas as boas energias e esforços destinados a essa causa, princípio e valor, recebi a aceitação para fazer o mestrado em Ciências Holísticas na Schumacher College, a tão sonhada escola! Devo dizer que a alegria é indescritível e que, mais uma vez, pude comprovar que seguir o coração, aquele primeiro palpite, a tal intuição, é a melhor maneira de viver. É a nossa natureza, a nossa essência, a mais pura verdade se manifestando espontaneamente... um presente dos anjos!