12 de mai. de 2009

Quitanda urbana

Certa vez, viajando do RS ao MT, durante uma parada para o almoço numa cidadezinha no MS, reparei que esta abrigava frondosas mangueiras e mamoeiros. Abrigava no sentido de que a arborização urbana era, predominantemente, composta por pés de manga e de mamão, frutas muito nutritivas e saborosas.
Ocorreu-me que ao menos naquele lugar a pessoa mais necessitada e sem condições não passaria fome. Claro que uma dieta a base de duas frutas está indescritivelmente longe de ser a ideal, mas não deixa de ser infinitamente melhor do que nada.
Num planeta onde uma em cada sete pessoas padece de fome – e, ressalta-se, que não é por não haver alimento suficiente e sim pela má distribuição do mesmo – semear árvores frutíferas na área urbana, com frutos destinados a todo e qualquer interessado, torna-se uma alternativa simples, barata, agradável, democrática e plenamente viável.
Da mesma forma, ao observarmos as hortas comunitárias, constatamos o amadurecimento da ideia de que quando o engajamento é coletivo, o sucesso mostra-se uma consequência natural.
Que venham muitas mangueiras, mamoeiros, pitangueiras, amoreiras, laranjeiras e outras inúmeras delícias da natureza. Que venham as aves e todos os polinizadores. Que venha a alegria de comer uma fruta diretamente do pé e sem agrotóxico. Que venham maravilhosos e adocicados cheiros. Que venha o colorido. Que venha a saúde e a nutrição. Que venha e beneficie todos.

3 comentários:

  1. Realmente, as árvores frutíferas em áreas urbanas trariam muitos benefícios! Plante uma em cada praça do seu bairro.

    Frederico

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  2. Imagina que massa estar andando de boa ou esperando alguma coisa e comer uma amora nesse intervalo!! Adorei rs :) Beijos, Marcella

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  3. É realmente maravilhoso encontrar árvores frutíferas em espaços públicos, mas tem que tomar cuidado com amoras, pitangas e outras frutas consumidas com casca, devido ao acúmulo de metal pesado proveniente do escapamento veículos.
    Também acho irresponsável incentivar o plantio de árvores, sem planejamento em praças como alguém comentou, não podemos esquecer que os espaços públicos são de todos e é através do voto que escolhemos que vai gerencia-los.

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